terça-feira, 18 de setembro de 2007

Tim Festival 2006 no Marina da Glória

Depois de um copo de whisky com gelo acompanhado de algumas músicas no violão, pego meu ingresso e ponho na carteira. Despeço do Rodrigo e acompanho o Dudu descendo as escadas do prédio e atravessando a rua até a garagem para pegar o carro. O transito estava tranqüilo, chegamos rápido ao aterro do flamengo, conversamos sobre sorte, emprego, otimismo, filosofia, sobre como eu era o retrato da lei de Murphy e hoje como sou o contrario. “Contrario” foi o que aconteceu com ele também, que antes era feliz e otimista. Paramos em frente à Marina da Glória, local do festival. Entro sem revista e sem conferirem meu ingresso.

A primeira coisa que vem à cabeça é: “_Caralho, estou no Tim Festival !!”, levanto os braços vitorioso, carpete vermelho aveludado, pessoas bonitas e ricas(isso era notado facilmente) todos bem vestidos, criatividade e estilo imperavam no local, cabelos moicanos, arrepiados, verde, rosa, branco, franjas, muitas franjas channeis em rostos delicados de gurias. Muitas, na verdade já deviam estar a beira dos 30, porem todas lindas, com suas namoradas(é, você não leu errado) ou em turma. Saias e shorts minúsculos, acompanhados de meias rasgadas e blusinhas coladas, desenhando o perfil de ‘putas de luxo’. Balcões pretos, caixas e mais caixas de som, uma fila para pegar o passe VIP, uma pulseira verde que guardo no braço de lembrança até o dia de hoje 14/11/2006(8/12/6). Encontro com a Thaisinha nessa fila, tímida, sutil e fugaz como sempre, me cumprimenta com um abraço, beijo, duas palavrinhas e só, desaparece. Engraçado como sempre a encontro nesses festivais, vide ‘Claro que é Rock’.
Tudo bem, não tão à vontade, em meio a tantos burgueses e indies de panelinha, procuro um bar. Cerveja SKOL R$5,00; três por R$12,00. Garçonete vem atendendo na fila das fichas para evitar o congestionamento, peço o da promoção, ela explica que tem que se levar os 3 copos de uma vez. Um cara se oferece a dividir o esquema e levamos a terceira para sua namorada publicitaria que intera a grana. Papo vai, papo vem, não lembro se foram ver o Devendra Benhart ou o TV On The Radio, sei que a conversa estava muito sofisticada, caindo para campos ainda não explorados por mim, um reles mortal perto de ‘‘alternativos-que-ganham-mais-de-R$4.000,00-e-viajam-o-mundo”. Peço licença, dou a desculpa de que procuro minha turma e dou uma volta pelo cenário, ainda não confortável entro na tenda TIM STAGE, onde se realizariam os shows que paguei para ver.
Mais umas cervejas e começa o show do Mombojó as 23:08.

Os caras se dedicam, fazem de tudo para animar a platéia, que os acompanha nas letras, com alguns gritos histéricos vez ou outra e tudo que se tem direito. Eu, no entanto não fui contagiado, achei q eles tentam soar como Mundo Livre S/A, Cordel do Fogo Encantado e oras com Nação Zumbi da era Chico Science...em vão. Uma sina entre os pernambucanos, sempre perseguidos pelo fantasma do manguebeat, ainda não superado. Curti umas 3 músicas. Não são ruins, o vocalista tem presença de palco e até chega perto de ter carisma. Fizeram seu papel, deixaram o terreno propício para o show da Patti Smith.

Expectativa pulsante, olhos atentos no palco, eis que aparece ela, a poeta punk. Uma das 200 maiores artistas de todos os tempos, Patti Smith, o mito. Quase sessentona, porém com uma aparência agradável de uma coroa enxuta. Sorriso simpático no rosto, começa de sola com um cover Gimme Shelter dos Stones, versão muito boa.

...Daí pra frente a noite foi muito boa pra eu perder tempo reparando nas coisas.

(Rio de Janeiro, 8 de Dezembro de 2006)

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