domingo, 16 de setembro de 2007

Meses a Fio

Meses se passaram e ainda há aquela sensação de estar perdendo a festa.O mundo lá fora, (não) esperando para ser explorado. Outros o fazem, enquanto deixo o tempo escorrer entre os dedos, feito areia.Cada dia é um dia perdido, ou no mínimo, um dia que poderia ser melhor aproveitado.Excesso de informações não sofrido.O mínimo de cultura absorvida. Por via de livros baratos, revistas que sugam meu salário e alguns minutos de música no discman da república. Música, ó música. Toco meu violão, sabendo que incomodo outros moradores da casa, a assistirem suas novelas. Eles aproveitam os intervalos para terem suas conversas mesquinhas, e um tanto quanto invejosas, sobre os bens de outras pessoas e o que elas fazem, em meio a xingamentos e inúmeras reclamações. Comer mal, dormir no chão empoeirado, não podendo ouvir rock and roll no volume de costume, ouvir mesmo em volume baixo quando o discman está desocupado, o que não é sempre.Acender a luz da sala a noite, nem pensar. Sentir o ostracismo chegar sorrateiro, lançando sua respiração ao pé do ouvido. Medir a grana, para ver se consegue chegar ao fim de cada longo mês.Influências boas/más de pessoas cults/cool/espertas/interessantes pode esquecer.A agonia me corta, me consome e me devora. Me transforma num 'médico e o mostro' enjaulado, enclausurado numa ética fictícia, num moralismo maquiado, que, não sei por que cargas d'água eu aplico essa merda, involuntariamente, mas fico com um receio medroso de quebrar e ser eu mesmo, crazy, young, rebel rebel, impetuoso...Isso só acontece quando bebo.Meus porres homéricos têm esbarrado no alcoolismo. A barreira que faço não é tão forte para barrá-los por mais de 7 dias. Apesar de ser bem forte para outras coisas que não gostaria de segurar.É minha fuga, meu escape, um refugio de fora da cidade para dentro do "eu". Esse "eu" reprimido, com uma energia potencial incalculável.Como uma pedra de urânio enriquecido, pronto para estourar...chegará o dia em que toda a resistência não suportará...(Humberto L. Brum, meados de 2006)

Nenhum comentário: