quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Algumas definições úteis.

Cristianismo

Sistema de crenças provavelmente elaborado por Paulo de Tarso a partir do

poderoso símbolo de um mártir e da filosofia de Platão. Posteriormente

enriquecido com o imaginário pagão dos cultos a Ísis ("Virgem Maria") e

Mitra, que foram incorporados na cristianização do império romano. Foi de

grande utilidade na purificação do decadente império romano e na divulgação

de ideais de compaixão, humildade e obediência necessários ao

estabelecimento tanto do sistema feudal quanto das posteriores monarquias e

sistemas econômicos. A característica principal do culto e a razão de seu

sucesso por quase dois mil anos é a auto-reprodução acelerada dos seguidores

(pregação) aliada com a elasticidade que permitiu que rituais e festas pagãs

- no sentido não-cristão da palavra - fossem incorporadas através de sua

história. Ver Cristo, Igreja.



Cruzadas

Guerra santa praticada pelos cristãos medievais. Lutavam contra o sistema de

crenças concorrente na época, o islã. As cruzadas foram mais grotescas do

que a Segunda Guerra medieval. Alguns cristãos chegaram a praticar

canibalismo.



Demônio

"Espírito" em grego. A qualidade maléfica fica por conta dos cristãos

medievais. O termo original designa tanto espíritos "bons" quanto "maus".

Ver Diabo, Lucifer, Satã.



Dionísio

Deus do vinho e da vegetação primaveril. Os mistérios de Dionísio envolviam

um culto orgástico e extático. Todo inverno Dionísio era despedaçado pelas

mênades, suas adoradoras, o que o liga tanto aos mistérios de Osíris, quanto

aos de Cristo ou Prometeu. Tanto a suprema inocência infantil quanto a

destruidora decadência da orgia são representadas pelo arquétipo. Ver

mênades, Bobo, Cristo, Buda.





A princípio um dispositivo que elimina a crítica saudável e permite que

"verdades" úteis aos Illuminati sejam marcadas feito ferro em brasa nos

circuitos cerebrais dos macacos pelados. Porém, uma análise mais imparcial

mostra uma perfeita inocência no ato de crer, como acreditar na própria

inexistência da mentira. A prova é tirada quando não existe um objeto (tais

como deuses antropomórficos ou abstratos e poderes mágicos, por exemplo) no

qual se crê. Quando esse objeto a crer-se é definido por alguém, mesmo pelo

crente, não se trata de fé e sim de lavagem cerebral. Ver Fnord.



Illuminati

Abra o olho e você os reconhecerá imediatamente. Historicamente uma

organização secreta dentro da maçonaria, por sua vez já uma organização

secreta. Surgiram na Bavária, no século passado, e alguns dizem que são

responsáveis por coisas como a pirâmide na nota de um dólar e a constituição

norte-americana. Neste livro o conceito é utilizado de forma metafórica na

maioria das vezes. Serve para indicar qualquer grupo considerado responsável

por um ato bom ou mal para com uma pessoa ou outro grupo. O "eles" do

paranóico. A "Grande Irmandade Branca" para místicos e esquizofrênicos.



Xamã

Curandeiro, charlatão, sacerdote. Conhecedor das ervas e dos estados

mentais. Professor, mestre, guru. Aquele que sabe passar Conhecimentos com

Arte. Ver ciberxamã.



Wicca

Bruxaria moderna. Um culto com mais de 50.000 seguidores apenas na América

do Norte. Os wiccans acreditam seguir diretamente a antiga religião précristã

da Europa, embora possa-se traçar a origem de toda estética e dogmas

ainda neste século, com os trabalhos de Aleister Crowley no "Livro das

Sombras" (principal texto wiccan) de Gerard Gardner. A maioria dos wiccans

adora duas divindades principais, o Deus e a Deusa. O deus de chifres dos

wiccans foi incorporado pela religião cristã na figura do Diabo, porém

grande parte dos wiccans não acreditam na interpretação pejorativa que os

cristãos deram a esse deus. Apenas o vêem como um ícone da energia yang.



Buda

Um título que significa "O Iluminado" e foi conferido pela primeira vez ao

fundador do Budismo, Sidarta Gautama, que teria alcançado a iluminação sob

uma figueira. Metáfora oriental mais comum para o super-homem de Nietzsche.

Ver Cristo.



Budismo

Sistema de crenças mais coerente já desenvolvido pelo homem. Procura

eliminar o sofrimento através do Darma e alcançar um estado denominado

Nirvana.



Bobo

Carta zero do Tarô. Representa pureza, inocência. Parsival, Dionísio e Buda

são alguns equivalentes. A grande obra completa. O bebê no ovo. Ver Berro da

Borboleta.



Bode Expiatório

Os judeus costumavam sacrificar um bode para Jeová, e soltar outro pelas

pradarias. O bode sacrificado estava redimido e liberto, o bode solto

carregava todos os pecados do povo sagrado sobre ele. Na idade média o bode

virou o diabo. Tudo aquilo que as pessoas não desejam ter em si, colocam no

bode, sua própria sombra, seu lado animal e pecaminoso. Alguns hereges

perceberam que os papéis judaicos estavam trocados, e o sorriso do

horripilante diabo assolou muitas mentes inquietas durante a noite negra.

Está na cara que o diabo é o bode expiatório, a serpente redentora, o

messias - aquele que morreu na cruz. Ver Cristo, Aleister Crowley, Diabo.



Baphomet

Divindade que se crê os Templários adoravam. Uma forma de cristo, porém

identificada com o Bode do Sabat por Eliphas Lévi, e portanto considerada

"diabólica" por medievos ignorantes.



Apocalipse

Revelação. O último livro da bíblia, onde se descrevem os detalhes do juízo

final. Pode ser interpretado como a profecia do fim do cristianismo. Quem se

baseia nesse sistema de crenças pode entender isso como o "fim do mundo".



Cristo

Título que significa "O ungido" e foi conferido pela primeira vez a Jesus de

Nazaré, para alguns o fundador do cristianismo, para outros apenas o

principal ícone utilizado pelo sistema de crenças. Ver Buda, Messias,

Cristianismo.



Crowley, Aleister

Xamã, alpinista e poeta do início do Séc XX. Crowley (1875-1947) foi um dos

primeiros europeus a entender a doutrina budista, a utilizar a mescalina e a

praticar o sexo religioso. Soube como ninguém utilizar a imagem pública como

um filtro: aos "escolhidos" aparece como o redentor perdido da última

manifestação caduca e burocrática do cristianismo, o protestantismo

vitoriano; aos que leram algo do que escreveu ficam óbvias a grande erudição

e humor negro; aos outros resta apenas a imagem de depravado, drogado e

satanista com que cuidadosamente Crowley alimentada a imprensa marrom de sua

época. Caso haja dúvida sobre o valor moral dessa personalidade - se ele foi

realmente um Santo, ou apenas mais um dos enviados dos Illuminati para nos

confundir - é necessário que se deite a pedra fundamental e indiscutível da

perfeita Lei de Thelema: "Faze o que queres há de ser o todo da lei". Ao

homem que entendeu essa frase absurda não há Crowley, Satã ou Eduardo

Pinheiro que possam lhe fazer algum mal. Resumindo: Menininhos e menininhas,

não tenham medo do titio Crowley. Afinal, para ele cada homem e cada mulher

sempre foram uma estrela. Ver Bode Expiatório.

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